Você, certamente, já ouviu falar sobre o uso de alguma planta medicinal. Essa prática milenar evoluiu bastante e a ciência já é capaz de comprovar que algumas substâncias são realmente eficazes. É o caso da Cannabis, amplamente utilizada em diversos tipos de tratamentos.
O tema está sempre em alta, o que faz com que diversos profissionais da saúde busquem cursos de cannabis medicinal. Aliás, nos últimos anos, discussões políticas e sociais se intensificaram para que o seu cultivo e venda dos medicamentos e óleos à base de Cannabis sejam liberados no Brasil.
Médicos, indústrias, pacientes e familiares estão em busca dessa regulamentação. Mas o que você sabe sobre isso? Continue a leitura para entender melhor como o Canabidiol (CBD) pode salvar vidas!
Entenda o que é Canabidiol (CDB)
Canabidiol (CDB) é um dos componentes da Cannabis sativa — nomenclatura científica da maconha. Atualmente, essa é uma das substâncias mais estudadas do mundo, uma vez que tem efeitos medicinais importantes.
Já se sabe que ele atua no sistema nervoso central. Estudos e testes clínicos comprovaram seu potencial terapêutico nos protocolos de tratamento de diversas doenças, como Epilepsia Refratária, Esclerose Múltipla e Dores crônicas.
Veja por que a Cannabis é uma planta medicinal
A Cannabis é uma planta medicinal com comprovação científica, pois pode ajudar no tratamento de inúmeras doenças. No entanto, devido ao seu uso recreativo, ainda há muita polêmica em torno do seu uso em tratamentos médicos.
A verdade é que, apesar do preconceito e estigma, não há muito o que discutir. Em todo o mundo, a substância já está sendo liberada. Inclusive, em alguns países, há autorização para que empresas se dediquem ao seu cultivo.
É importante destacar que a principal apresentação da Cannabis para fins medicinais no Brasil é por meio de óleo e spray.
Compreenda a ação do Canabidiol no organismo humano
Para quebrar todo o estigma por trás dos tratamentos à base de Canabidiol, é essencial entender como ele age no organismo humano. Com isso, o primeiro ponto a ser esclarecido é o fato de que todos nós temos um sistema endocanabinoide natural.
Em outras palavras, nosso corpo já conta com uma cadeia de neurotransmissores e receptores canabinoides. Eles estão localizados no sistema nervoso central e periférico e cuidam de regular alguns processos fisiológicos e cognitivos, como a fertilidade, a imunidade, a dor e o humor.
Ao descobrir isso, cientistas perceberam que nosso organismo já produz substâncias semelhantes ao Canabidiol. De maneira natural, ele trabalha para que o ambiente corporal interno se mantenha estável e saudável.
Sendo assim, ao ingerir o óleo de Canabidiol, a substância interage com o sistema endocanabinoide já existente no organismo humano. Essa ligação tem inúmeros efeitos positivos tanto no tratamento de doenças, como na redução de efeitos colaterais de outros medicamentos.
Conheça as doenças que podem ser tratadas com a Cannabis
Nos últimos anos, a comunidade científica mundial tem se esforçado para estudar e compreender os possíveis benefícios da Cannabis, enquanto planta medicinal. Com isso, foi possível descobrir suas diversas propriedades terapêuticas.
Pacientes que não vinham respondendo bem aos tratamentos convencionais encontraram na substância um alívio e esperança de cura. Veja, a seguir, as principais doenças que podem ser tratadas com o Canabidiol.
Artrite Reumatoide
A Artrite Reumatoide é uma doença inflamatória que ataca as articulações do corpo. Pessoas com essa enfermidade enfrentam fortes dores, febre, perda de peso e até dificuldade para se locomover.
Psoríase
A Psoríase é uma doença autoimune que não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado. Entre os seus sintomas estão feridas e bolhas em diversas partes do corpo, gerando coceira, ardência, além de danos emocionais.
Insônia
A Insônia é um distúrbio do sono que afeta milhões de brasileiros. A dificuldade para dormir ou ter uma noite de sono completa gera estresse, cansaço físico, ansiedade, baixa imunidade e até depressão.
Epilepsia
A epilesia é uma doença que causa crises convulsivas questão contrações involuntárias de músculos que podem ser acompanhados de perda de consciência e salivação excessiva. Pacientes com crises frequentes precisam ser tratados, já que os episódios representam um risco à sua saúde.
Ansiedade e Depressão
A Ansiedade e a Depressão são doenças relacionadas ao estado emocional do paciente. Em geral, estão acompanhadas de sintomas clássicos, como tristeza profunda, desmotivação, irritação e insônia.
Enxaqueca
A Enxaqueca é uma doença neurológica responsável por provocar dores de cabeça intensas e pulsantes, além de outros sintomas como vômitos, tonturas e sensibilidade à luz. Pacientes com essa enfermidade têm sua qualidade de vida comprometida em crises que podem durar dias.
Saiba como está o processo de regulamentação do uso e cultivo da Cannabis medicinal
Diante da importância da Cannabis no tratamento de doenças que geram tanto sofrimento aos pacientes, é necessário entendermos a atual situação da regulamentação do cultivo e uso do Canabidiol em nosso país.
Nos últimos anos, essa pauta evoluiu bastante e isso trouxe esperança a quem precisa da medicação. A Anvisa já editou algumas regulamentações sobre o tema e o Congresso Nacional também trouxe o tema para debate.
Nossa legislação ainda está defasada, especialmente quando a comparamos com outras nações, como Estados Unidos, Canadá e Uruguai. No entanto, é importante destacar que, no ano de 2021, houve um avanço importante com a aprovação na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 399/2015.
O texto altera a Lei de Drogas, prevendo o plantio, a fabricação e a comercialização de medicamentos à base de Cannabis. Apesar de estar parado aguardando recurso, a discussão é um alívio para quem precisa importar o medicamento e permitirá que novos medicamentos cheguem ao mercado nacional.
Conclusão
Apesar de toda a polêmica e falta de informação sobre o uso da Cannabis como planta medicinal, é evidente que nossa legislação acompanhará a tendência mundial para dar mais qualidade de vida a quem precisa desse tipo de medicamento.
Pesquisas recentes demonstram que 3 a cada 4 brasileiros são a favor da regulamentação, o que demonstra a necessidade de evoluirmos no debate, nas pesquisas e nos estudos. É isso o que pacientes, médicos e familiares esperam para os anos seguintes.